.
.
.
.
.
.
mosaicos feitos com os “following”s do twitter. montados por cores (vermelho, verde, amarelo e azul), mudam constantemente, conforme os usuários twitam ou trocam as configuraçoes do profile.
atualizações dos mosaicos em tijeras implacables
.
.
.
resultado de experimentos do cineasta russo Lev Kuleshov com sua justaposição de planos, criando uma nova significação inexistente nos planos isolados.
a+b=c
.
kuleshov I
.
kuleshov II
.
se estiver ouvindo música, não desligue
se estiver com fones de ouvido, não tire
num lugar barulhento, permaneça
e o silêncio também trilha
.
cut up | trilha de bolso
a trilha é o que estiver no seu bolso, se quiser contar qual foi (deixando um comentário) será incrível! ouça a playlist com as trilhas experimentadas em: blip.fm
.
.
Resumo
.
Hoje, com a popularização de dispositivos portáteis de armazenamento de som, as pessoas ouvem música o tempo todo pela grande São Paulo. Com isso modificando a percepção do real e criando novas realidades. A proposta desse vídeo sem som (sem trilha), é que as pessoas assistam escutando a música que estiver na hora em seu “mp3 player”. Com isso, cada um terá uma experiência distinta. Criando uma arte participativa pela parte do expectador e também dando parte da autoria para quem vê, pois cada pessoa verá uma obra diferente.
.
Palavras chave: Vídeo | Interação | Cut ups
.
Cut ups . método de escrita hipertextual, questiona o conceito de autoria.
.
Efeito Kuleshov . resultado de experimentos do cineasta russo Lev Kuleshov “com sua justaposição de planos, criando uma nova significação inexistente nos planos isolados.”
cut ups | William Burroughs
.
.
filme-ensaio | Dziga Vertov
.
…
Introdução
O projeto “Trilha de Bolso” tem como objetivo experimentar a relação entre a imagem e o som através da técnica de Cut-ups desenvolvida por William Burroughs e a portabilidade dos dispositivos sonoros.
O vídeo composto por uma colagem de imagens sem uma narrativa seria somado ao som que o expectador estivesse ouvindo em seu dispositivo portátil de som. Com isso se criaria um terceiro elemento, e cada pessoa assistiria uma obra diferente. Uma vez que o vídeo sempre será o mesmo, porém a música ouvida será diferente e criará algo parecido com o “Efeito Kuleshov”, porém ao invés da justaposição de planos, será a soma da imagem com cada som.
As imagens desse cut-up foram inteiramente baixadas da internet, são de domínio público e foram editadas com 3 cenas da “Trilogia Das Cores”, de Krzysztof Kieslowski. Por quê essa trilogia?
Porque nessa trilogia, que pode ser vista como um ensaio, o cineasta polonês trás sua visão pessoal com relação aos processos da unificação européia (econômica e política), à solidão e ao tempo – dialogando com as imagens escolhidas para o “Trilha De Bolso”. Mas, principalmente porque utiliza a trilha sonora como personagem, como parte da história, o que expande as possibilidades de articulação: “ela torna-se, ao mesmo tempo, sujeito e meio ou, como diz Michel Chion, heroína e utilitária”. Nessa trilogia, com o inseparável Zbigniew Preisner.
Por quê essas imagens? Buscamos imagens que nos remetem automaticamente ao som que delas emanam, que produzem sons conhecidos, sons que imaginamos intuitivamente ao ver a imagem.
Com a internet e as novas mídias, as formas de convivência entre as linguagens imagética e sonora tem sido debatida e experimentada, por diversos artistas, estudiosos e diferentes pontos de vista. Ainda poucas conclusões efetivas e difundidas.
Devido à internet, o formato “.mp3” (entre outros como .ogg, .wav, etc.) se difundiu pelo mundo todo, e com a disseminação de tocadores de mp3, as pessoas carregam a música para onde vão. Com isso criando uma nova experiência com o real.
A idéia do vídeo “Trilha De Bolso” é criar uma obra audiovisual onde o sentido só se completa com a participação do público ouvindo seu tocador de música. Através da interação pela internet, o expectador pode também alimentar uma rádio virtual (uma playlist) na Blip.fm (conceito similar ao do twitter).
.
Justificativa
A relação imagem e som já estava presente no cinema mudo quando músicos ou orquestras inteiras acompanhavam musicalmente as produções cinematográficas e não apresentavam uma preocupação que relacionasse o conteúdo musical ao conteúdo narrativo. Em cada sala de cinema o mesmo filme recebia uma trilha diferente, pois os artistas escolhiam as composições a serem tocadas na hora.
Ao discutir a Linguagens dos Sons no seu livro “O Cinema Ou O Homem Imaginário”, Edgar Morin assinala que na maioria das vezes a música significa a imagem e a imagem significa a música, remetendo a “uma espécie de concurso de inteligência”. Logo, considera que a trilha musical seja inerente ao cinema, “como que seu banho alimentício”.
“Wochenende” (1930) de Walter Ruttman não possui imagens, alimentando a criação de imagens a partir de sons que foi repetido em 1993 na produção “Blue” de Derek Jarman. “O Baile” (1983), de Ettore Scola mostra imagens de tal forma que a musica é a Linha Narrativa do filme.
Com o advento do formato videoclipe, uma nova relação entre e imagem e som se tornou possível, uma vez em que a imagem apenas dá suporte ao som. Arlindo Machado afirma que houve uma ruptura entre a barreira do imagético e do sonoro, não havendo mais uma música fora do clipe que possa ser ouvida independentemente dele. leticiakamada
Destaque para o trabalho de Golley & Creme no vídeo “Mondo Vídeo” (1986) onde a trilha foi criada junto com o videoclipe, não havendo dissociação da imagem e do som. No trabalho “Vermelho Sangue”, de Luiz Duva, a variação na sucessão das imagens gerava intensidades de violência e afeto, se ultlizando do “Efeito Kuleshov”. Havia ainda uma sobreposição das imagens. A cena projetada era a mesma, assim como a situação apresentada em cada tela. Os cortes e fusões realizados eram sincrônicos, mas pareciam diferentes, carregando temporalidades de movimentos distintos.
De acordo com Eduardo Mendes, “se houver um pensamento articulado entre os fenômenos imagéticos e sonoros haverá uma maior capacidade da transmissão de informações, o que nenhum dos dois elementos conseguiria separadamente”. Priscila Arantes em “processos de hibridação”.
.
Problemática
A trilha sonora de uma produção audiovisual é 50% da obra, no mínimo. Quem nunca assistiu TV, filme, clipe, vídeo sem som? no “mute”? e teve outra apreensão das imagens?
Criar uma obra participativa onde a + b = c.
.
a = imagem
b = som (interação do expectador)
c = ? = terceiro elemento
.
a+b=c
..
.
Referências Bibliográficas
. O Ouvido Pensante . Schafer, Murray
. O Som E O Sentido . Wisnik, José Miguel
. A Forma Do Filme . Eisenstein, Sergei
. La Musique Au Cinèma . Michel Chion
. Arte E Mídia . Arantes, Priscila
. O Cinema Ou O Homem Imaginário . Morin, Edgar
. Síndrome De Realidade . Bambozzi, Lucas
. Pré-Cinemas & Pós-Cinemas . Machado, Arlindo
. O Filme-Ensaio . Machado, Arlindo
.
Internet
http://pt.wikipedia.org
http://www.tativille.com
http://www.ufscar.br/rua/site/?p=122 (a música em kieslowski)
http://www.arthuromar.com.br
http://www.museuvirtual.com.br/arthuromar
http://www.tonyberchmans.com.br
http://www.museuvirtual.com.br/arthuromar
http://www.intermidias.com
http://ohomemquesabiademasiado.blogspot.com
http://www.pucsp.br/pos/cos/rism
http://www.lazaruscorporation.co.uk/v4/cutup/ (máquina de cut up online)
.
.
.
ensaio sonoro realizado com textos de Luciana Gerbovic
foto Luanda Casella
.
ouça as séries no link do podcast abaixo:
.
.
.